Mudei de idéia de ir à Conselheiro Nébias onde faria um contato porque avistei, no alto do campo da Portuguesa Santista, lá para os lados da Santa Casa e do Túnel, a formação de núvens negras e o dia se tornando noite em poucos minutos.
Depois de me sentir a umas 19 ou 20h em plenas 15:40h, quando lembrei daquelas profecias que afirmam que "o dia vira noite", grossos pingos de chuva, acompanhados por fortes relâmpagos e trovoadas (som) se seguiram, e eu tratei de mudar de ponto de parada dos coletivos e resolvi voltar para casa mais cedo.
No ônibus 17 eu e umas cinco ou seis pessoas, entre crianças e mulheres, e depois homens adultos - alguns literalmente molhados - iamos acompanhando o "fenômeno" com os vidros sendo ricocheteados por grossas pedras de gelo (granizo). E não faltou espanto dos mais novos - provavelmente nunca, nesses ultimos 15 ou 20 anos, viram tal fenômeno ocorrer durante a tarde, tranformando-se em noite. Lamentei não estar acompanhado da minha câmera digital...
Além do vento com chuva fria e do granizo que ia se acumulando nas ruas inundadas da Vila Mathias, e do próprio centro da cidade, onde o escoamento e a drenagem das águas foi mais rápido, devido aos outros bairros, como a Vila Mathias ter seus bueros entupidos pela "ignorância" (excesso de lixo jogado nas ruas) da população, constatamos o alagamento em mais de um palmo d'água, do leito das ruas até as portas dos estabalecimentos. Ninguém podia sair das lojas e empresas sem molhar as pernas até os joelhos!
No dia seguinte a essa forte chuva, repara-se, em toda a região, a existência de árvores arrancadas e mutiladas, como pude constatar em foto na rua Ghilherme Guinlle, próximo à Linha das Torres em cruzamento com a rua São Paulo, em Vicente de Carvalho, Guarujá.
Os mais jovens não conhecem, mas quem como eu já viu dessas chuvas e tempestades nos anos 70 e 80, mas se admira com a força nesses nossos tempos de Aquecimento Global e Efeito Estufa, com a crescente degradação do meio ambiente, sabe que se nada for feito - individual e coletivamente - iremnos todos sofrer ainda mais (apenas os milionários ou quem mora no segundo andar de um bom e seguro prédio e tiver lancha, caiaque ou balsa e coletes salva-vidas se sentirá mais confortável... E alguns, mais ignorântes, ainda se sentem aliviados com a poda e retirada de árvores próximas, sem perceber que tudo isso é produto do desequilíbrio ambiental, da falta de árvores e demais vegetais, de arborização!
O que ocorre, no entanto, é a má conservação desses vegetais tão necessários para amenizar nosso clima, limpar o ar do dióxido de carbono, e até reter os materiais particulados, como poeira difusa eliminada pelas rodas dos caminhões e outros veículos. A culpa pela queda das árvores, sem dúvida, é das prefeituras que não cuidam da saúde das árvores, monitorando seu crescimento e não desses fenômenos ou da chuva de granizo e fortes ventos. Não culpem a natureza, ignorântes politiqueiros e avarentos capitalistas.