sábado, 27 de junho de 2009

COLUNA 1



GRUPO DE ESCOTEIROS AINDA OCUPA PARQUE MUNICIPAL


O chefe Douglas (foto), lider do grupo de escotismo "Lobo Guará", e sua equipe, vem ocupando o Parque Municipal "Portal da Enseada" desde o final da administração Farid Madi. A Unidade de Conservação encontra-se no bairro onde fica a praia da Enseada. Muita gente crê que isso é bom, e Douglas alega que estão cuidando daquela unidade pública municipal, pois desde que foi criada não teve a destinação que a lei municipal lhe outorgou. Mas sendo um assunto urgente, por que a Câmara de Vereadores, principalmente a Comissão de Meio Ambiente e o Ministério Público não se manifestam publicamente?

Chefe Douglas, que parece ser funcionário público, vem comparecendo em entrevistas ao Programa do Augusto, que é ao vivo e transmitido todas as segundas, quartas e sextas-feiras, com reapresentação às terças, quintas e sábados pela Guaru TV, canal 7, que fica situada em Vicente de Carvalho. Esse programa é apresentado pelo radialista Augusto Capodicasa - o mesmo que há 10 anos vem comandando todas as tardes, pela TV Sta. Cecíla, o Programa Ação & Reação . Já o "Programa do Augusto" chegou a ficar "sem fôlego", "fora do ar" em 2008, coincidentemente quando a administração de Farid estava sem recursos para propaganda & marketing...

No ano passado Augusto tentou emplacar sua mulher como candidata a vereadora em Santos pelo PPS, partido ao qual o mesmo se filiou depois de se desapontar com o PSB santista, colocando-a para comandar o programa aos sábados e como sua auxiliar direta quase diariamente, principalmente durante o período eleitoral. O descaramento foi tanto que o logotipo da campanha da esposa do "Capô" era muito semelhante com as setas ao logo do "Ação & Reação"!

O local onde está acampado o grupo de escoteiros "Lobo Guará" (em alusão a espécime carnívora brasileira, ameaçada de extinção) fica próximo ao condomínio Granville. Trata-se do "Parque Portal da Enseada", que eu, José Antonio Gonçalves, e o engº ambientalista Roberto Alegria visitamos em 2004, à convite de uma funcionária da então Secretaria de Obras e Meio Ambiente, que tinha Duíno como secretário.

Com altos e baixos, o local do parque é um terreno onde foi retirado por um período muito material calcário, gerando cavas. Possui também várias rochas. Depois se tornou a sede da Regional da Enseada. Como Parque, criado por lei municipal destinava-se ao cultivo de mudas de árvores e outras espécies, e à recuperação de animais encontrados, espécies ameaçadas - que inclusive, recentemente, foram avistados e acolhidos pela Fundação Eduardo Lee que administra a UNAERP em Guarujá. Nós acreditávamos que esse equipamento iria ajudar a redimir a prefeitura e o município em relação ao grande passivo ambiental existente e constatado em seminário da UNAERP.

Cerca de três dias após a nossa visita pela AMGLO - AMBIENTE GLOBAL, que não teve cobertura da imprensa, ficamos estupefatos ao ler no D.O. do município em em jornais semanários locais - inclusive A Tribuna e Diário do Litoral - que o "Prefeito Maurici cria parque ecológico", etc. Mas não entendemos o porquê da divulgação precoce - logo após a nossa visita - já que o local que supostamente abrigaria um herbário e local para cultivo de mudas de espécimes arbóreas, destinadas a projetos e programas de arborização em Guarujá e Centro de Recuperação de Animais em risco ainda não havia sido concluído.

Acreditávamos que a divulgação e consequente abertura do parque à população, principalmente às escolas da cidade deveria se dar somente quando todo o processo de instalação daquela Unidade de Conservação Municipal - UC estivesse equipada e em pleno funcionamento. Mas o que se constatou, principalmente nos anos seguintes, durante o desgoverno de Farid Madi, tendo à frente da Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SEMAM, o ex-ambientalista Elson Maceió, acusado por muitos ambientalistas com quem conviveu, principalmente os integrantes da Ong Coletivo Alternativa Verde - CAVE, como um "traíra", um "vendido", foi um completo abandono.

As consequências do descaso com o patrimônio público, referente ao Parque Portal da Enseada, desaguou "a bucha", a "batata quente", o "abacaxi" para que a prefeita Maria Antonieta de Brito "descascar". Infelizmente e estranhamente, ela ainda manteve no início de sua gestão a Elson Maceió na SEMAM, e o nomeou com cargo de Diretor de Parques e Jardins, conflitando com o atual secretário Élio Lopes, sem apoio deste.

O fato é que Maceió e Farid são, sim, responsáveis pelo embróglio e desvio de finalidade com que o equipamento, próprio municipal, esse Parque Municipal, que se classifica dentro da legislação de Unidades de Consevação, segundo o Ministério do Meio Ambiente se encontra! E isso é uma afirmação do chefe Douglas em entrevista ao apresentador Augusto Capodicasa! Mas capodicasa, provavelmente, desconhece a legislação e o tal "Termo de Permissão", por isso defende o grupo de escotismo de ocupar e permanecer no local. O que se estranha é o fato de que a suposta "parceria" não tenha sido feita com uma Ong ou uma entidade com notório saber no plantio e conservação de espécies arbóreas, bem como no tratamento de animais silvestres abandonados, capturados ilegalemente e resgatados pela Polícia Ambiental Estadual ou até mesmo "fiscais" da SEMAM...Será que também dispensa licitações?

Apesar de haver grupos de escoteiros que sempre tiveram a Base aérea em Vicente de Carvalho como sede ou local de abrigo, o escotismo não pode prescindir de áreas próprias, muito menos o município de suas áreas para abarcar projetos e programas socioambientais. E será que somente o "Lobo Guará" reúne todas as condições de tentar permanecer naquele local?

Onde está o verdadeiro escotismo que leva os jovens para conhecer trilhas e locais da zona rural da nossa rica Região Metropolitana, como a Área Continental de Santos e sua APA e Bertioga, por exemplo?

Com a falta de projetos e programas de arborização na Ilha de Santo Amaro, bem como o socorro para todos os animais silvestres e domésticos que perambulam pelo muncípio, podendo, inclusive, ser vetor de doenças, por que a SEMAM em conjunto com as outras secretarias municipais não promove Audiências Públicas e discute a Lei - que existe e deve ser cumprida - ou sua possível modificação, adequação às necessidades de recuperação ambiental da cidade, que inclui seus morros atingidos por invasões, queimadas e degradações, como vem ocorrendo com o Morro da Glória? E onde está o CONDEMA?