Quero parabenizar a prefeita Maria Antonieta por algumas ações que seus antecessores não tiveram coragem de providenciar, como a fiscalização e proibição de festas "have", a melhora na organização e disciplina do comércio na Av. Thiago Ferreira, antes um verdadeiro "Mercado Persa" onde dezenas de ambulantes competiam no já limitado espaço do calçadão com os consumidores.
Entretanto, como no exemplo supra, há falta de disciplina e de campanhas permanentes sobre o descarte de objetos de consumo: latas de refrigerante (rapidamente recolhidas do chão por seu valor em decorrência da reciclagem); embalagens tetra - pack de bebidas; canudinhos; e os resíduos que mais causam danos ao meio ambiente a curto, médio e longos prazos: as sacolinhas plásticas finas distribuídas indiscriminadamente pelos comerciantes, e também as dos supermercados; restos de bagaço de cana e muitos outros detritos, como papéis de sorvete e outras embalagens de isopor que deve ser armazenado de forma adequada, pois sua fácil fragmentação implica em riscos de entupimento dos bueiros e dutos de águas pluviais. E também vão parar no Estuário Santista, já tão sobrecarregado por esgotos e lixo que se acumulam nos mangues, obrigando "voluntários" a fazer o serviço que deveria constar do contrato com a empresa responsável pelo recolhimento de lixo no município. Sem mencionar os danos à fauna marinha.
Esses problemas dizem respeito à SEMAM e a Secretaria de Saúde do município. A SEMAM deveria providenciar uma boa e permanente campanha de conscientização dos comerciantes (donos), dos funcionários das lojas, e dos próprios transeuntes, pois o que se vê todos os dias em Vicente de Carvalho - principalmente de segunda a sábado - é o acúmulo de lixo de forma imprópria, animais (cães) perambulando soltos à noite e pela manhã, bem cedo, a procura de alimento, revirando e rasgando sacos até da empresa Vital Engenharia Ambiental abrindo-os, espalhando detritos no calçadão (que são varridos somente no dia seguinte). Conclui-se, portanto, que desde a sua criação, a SEMAM nunca se importou com isso, e a administração de Farid Madi que "empurrava o problema com a barriga", ou melhor, designava a Secretaria de Obras e Serviços Públicos ou Infra Estrutura, poupando assim a SEMAM e a Secretaria de Saúde das suas responsabilidades por motivos desconhecidos...
Outra crítica que faço a prefeita e os vereadores (co-responsáveis pelos acertos e erros administrativos no município) é sobre a intenção da maioria dos comerciantes da Av. Thiago Ferreira, na atual gestão do CDL local, em querer imitar ao município de Praia Grande. Pretendem mudar o piso, ou seja, substituindo o asfalto por placas de cerâmica, conhecidas tecnicamente por 'piso entretravado' e colocar coberturas de acrílico transparentes formando um Boulevart. Essa idéia é antiga e foi gestada pelo atual Secretário de Infra-estrutura urbana arquiteto Cláudio Paes Rodrigues, antes da construção dos 'camelódromos'...
Antes disso tudo, que não passam de obras para valorizar ainda mais os terrenos e o valor venal das lojas ali encontradas, o CDL, a prefeitura, o Terceiro Setor e o Ministério Público que representam os moradores e até consumidores, deveriam reunir-se para encontrar soluções para a falta de arborização (Duino Verri Fernandes ordenou a retirada de todos os chapéus-de-sol e outros vegetais ali existentes, durante a reforma do calçadão de 1999 a 2000, tentando substituí-los por vasos contendo plantas sem crescimento e o porte das anteriores. Isso vem provocando o aumento no desconforto térmico (calor) naquela avenida a cada ano! Mas é preciso, também, mais disciplina na ciclo-faixa existente, inclusive melhorar seu traçado e disciplinar o uso de dispositivos chamados biciletários, proibindo o estacionamento de bicicletas em postes, estes que por sua vez deveriam abrigar apenas lixeiras duplas: uma com a cor e a inscrição "LIXO ORGÂNICO" e a outra posta ao lado, de outra cor contendo "LIXO RECICLÁVEL" facilitando a compreensão do povo comum.
Claro que tal procedimento deve ser adotado depois e durante amplo e contínuo programa de conscientização e educação ambiental, e que poderia incluir e valorizar grupos de teatro, panfletagens com papel reciclando, distribuição de cartilhas e gibis às crianças e, sobretudo, o que mais educa no Brasil: adotar multa para cada cidadão adulto flagrado descartando resíduos no chão do calçadão ou até mesmo no leito carroçável! Esse procedimento das lixeiras deveria ser adotado também nos ônibus (um conjunto duplo próximo ao motorista e outro nas saídas dos ônibus na porta lateral e trazeira, bem como a fixação de cartazes nos ônibus, em letras legíveis e em tamanho cuja legibilidade pudesse ser feita há uns dois ou três metros do mesmo.