segunda-feira, 9 de março de 2009

Prefeita molhadinha



* José Antonio G. da Conceição


A prefeita de Guarujá, Maria Antonieta, apareceu molhadinha durante um dos dias de desfile de carnaval, festa popular em que a prefeita se empenhou em realizar, apesar da alegada falta de dinheiro e de condições deixadas por seu antecessor, Farid Madi.

Em entrevista diante das câmeras da Guaru TV(emissora que faz parte da Itapema TV a cabo), e apesar de molhada devido à chuva intensa num dos últimos dias do desfile, Antonieta, mesmo amparada por guarda-chuvas dos seus assessores Joaquim e Cláudio Rodrigues, e de portar uma capa transparente estava eufórica e contente.

Mas a imprensa local - leia-se alguns semanários de Guarujá - criticou muito a atitude da prefeita, não em promover o evento, mas pelos gastos com Buffet entre outros. Já a prefeitura afirma que está "quebrada" e contou com apoios, digamos... voluntários! A Guaru TV foi um exemplo disso.

Como sei, por experiência própria, que o minuto na TV é dispendioso e como já começam a especular que lá na frente os ditos "voluntários" poderão ser agraciados naquela faixa de aquisição ou parceria, penitente ao Direito Administrativo, onde o poder público pode escapar das licitações...eu fico boqueaberto! Não existe nada de graça no capitalismo, e a prefeita sabe do que estou me referindo.

A pergunta que não quer calar, que eu faço e agora muitos estão fazendo, comentado pelas esquinas, (adversários, inimigos e até quem colaborou com a eleição da prefeita), é como a prefeita, que alega a todo instante e faz questão de reafirmar, diante das câmeras de TV, que a prefeitura está sem dinheiro para nada, que não dispõe de verbas este ano, mesmo com um orçamento de mais de R$ 800 milhões (o da cidade de Santos é de um bilhão), e que está empenhada em pagar precatórios e outras despesas deixadas por Farid, conseguiu arrumar recursos para as escolas de samba da cidade; para montar o "circo" do carnaval, em plena Av. Santos Dumont, e de desviar os veículos que transitavam por aquele trecho e formam desviados para ruas esburacadas e mal sinalizadas (quem não é da cidade deve ter se perdido) tendo recursos até para um Buffet digno de pessoas abastadas? Tudo voluntariado?

Resposta presumida, baseada nas informações de quem lá esteve e até da própria imprensa: vaidade, vontade de fazer tudo aquilo que nunca conseguiu antes por razões econômicas, morais ou sociais.

E por que a cidade, rotulada por gente de fora como uma "cidade sem lei" continua com crianças em vários locais, e até embaixo de semáforos, pedindo dinheiro; outros em bandos "achacando" os motoristas que estacionam no local reservado da Praça 14 Bis, nas imediações do supermercado Barateiro (antigo Peralta), na Av. Thiago Ferreira e Santos Dumont, só para comentar o que ocorre em Vicente de Carvalho? Isso não se resolve?

Existe realmente na cidade a Secretaria de Ação Social, Guarda Municipal, Ouvidoria, fiscalização de posturas, Conselho da Criança e Adolescente? E os mais maldosos afirmam categóricos: existe administração pública em Guarujá?

Pois esses mesmos pequenos problemas podem ser resolvidos se a prefeita usar a caneta, a lei, e um pouco dos mais de 4000 servidores públicos, seus colegas de trabalho, há anos, que a partir de janeiro estão ganhando um abono de R$ 100,00! É pouco, muito pouco sim, mas a maioria dos funcionários não reclamava do Maurici e do Farid em relação aos salários e condições de trabalho, porque do contrário não deixariam o seu Sindicato sozinho realizar as negociações salariais e nem sindicalistas, por mais ineficientes que sejam, por mais de dois mandatos...


* José Antonio G. da Conceição é aluno do 2º ano do curso tecnológico em Gestão Pública pela UNINTER (curso à distância).